Publicação “Análise de Acidentes de Trabalho Fatais no Rio Grande do Sul”

Como já conversamos anteriormente, analisar adequadamente os acidentes de trabalho (ou, idealmente, qualquer evento adverso) é essencial para evitar novas ocorrências iguais, ou até piores.

Mas existe uma coisa melhor que aprender com os próprios erros: aprender com os erros dos outros.

E é por isso que recomendamos que você conheça a publicação “Análise de Acidentes de Trabalho Fatais no Rio Grande do Sul”, que você pode baixar gratuitamente aqui:

https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR—ANLISE-DE-ACIDENTES-DO-TRABALHO-FATAIS-NO-RIO-GRANDE-DO-SUL.pdf

“Por que devo ler “Análise de Acidentes de Trabalho Fatais no Rio Grande do Sul”?”

Os acidentes ocorreram no RS, mas obviamente poderiam ter ocorrido em qualquer lugar. 

Além de apresentar uma breve parte teórica, o “filé” dessa publicação são os 35 relatórios de análises de acidentes fatais elaborados por Auditores Fiscais do Trabalho da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador – SEGUR.

Situações como limpeza em telhado, limpeza de mesa com solvente, operação de betoneira, pintura de fachada, lavagem automotiva, corte de árvore… Enfim, as mais diversas.

É interessante ler as análises e se colocar no lugar de todos os envolvidos: trabalhadores, representantes da empresa e até do Auditor Fiscal. 🙂

Observar as perguntas feitas pelos AFT, que recebem treinamentos sobre o tema, pode ser muito útil para o trabalho cotidiano do prevencionista. Ir sempre além

Muitas análises desconsideram o “cenário” em que o acidente acontece. No caso de um acidente com um eletricista, por exemplo, é feita a apresentação do sistema de avaliação da empresa e os efeitos que eles podem ter sobre os trabalhadores (pg 166 do pdf).

Entre os fatores causais do acidente, está: 

a) Aumento de pressão por produtividade. A empresa, cumprindo demanda do órgão regulador do setor elétrico nacional ou mesmo diretivas internas, é diretamente responsável por sistema de avaliação da qualidade de serviços e da produtividade.

De forma preponderante, os trabalhadores entrevistados, especialmente os que executam atividades operacionais, relatam estado de permanente esforço devido à pressão de tempo e produtividade por ação deste sistema. É mundialmente reconhecida a capacidade deste fator causal de impactar ritmos, procedimentos, práticas e jornada de trabalho, com reflexos negativos nas questões de saúde e segurança no trabalho.

As evidências encontradas pela Inspeção do Trabalho nos permitem classificar este fator como gerador de acidentes. Cumpre registrar que a ausência do reconhecimento e da avaliação de seus impactos, alicerçada em adequados conceitos ergonômicos, pode levar à invisibilidade de suas conseqüências. Fatores de natureza organizacional e gerencial não foram considerados pela empresa responsável.

Não estamos falando que não deva haver sistemas de avaliação… É importante, porém, que eles sejam cuidadosamente avaliados e que haja condições seguras para o cumprimento das metas estabelecidas. ?

Enfim, a leitura dessa publicação traz insights sensacionais e ajuda a ver atividades cotidianas com um novo olhar. 

E agora?

Como não cansamos de dizer aqui, o compromisso do prevencionista é com o trabalhador, que tem o direito de voltar “inteiro” para sua casa e desfrutar de uma vida longa e com qualidade junto a sua família.

Evitar acidentes de trabalho é, então, parte fundamental desse nosso compromisso.

Faça o download dessa publicação e leia! Sei que todo mundo tem horrores de coisas para fazer, mas sempre dá para tirar uns minutinhos para aprender um pouco mais! ?

https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_Publicacao_e_Manual/CGNOR—ANLISE-DE-ACIDENTES-DO-TRABALHO-FATAIS-NO-RIO-GRANDE-DO-SUL.pdf

Façamos todos um bom trabalho!

Cibele Flores

Engenheira Mecânica, Engenheira de Segurança do Trabalho, Mestre em Engenharia, Auditora Fiscal do Trabalho e professora em cursos de especialização.

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