Proteção Respiratória: 3 Erros que Você NÃO Pode Cometer!

Infelizmente, é bastante comum encontrar falhas graves ligadas à seleção e ao uso de equipamentos de proteção respiratória.

Em geral, esses erros decorrem da falta de conhecimentos básicos sobre a natureza dos riscos a que os trabalhadores estão expostos e, também, do desconhecimento sobre o que é previsto no PPR-Fundacentro.

Nesse artigo, vamos conversar sobre 3 erros comuns:

  1. Seleção inadequada da proteção respiratória;
  2. Não realizar ensaios de vedação;
  3. Não avaliar a qualidade do ar fornecido (para os sistemas de adução de ar) – incluindo o monitoramento contínuo de monóxido de carbono.

Vamos lá!

Seleção incorreta da proteção respiratória

É muito comum encontrar trabalhadores que estão expostos a vapores usando máscaras para particulados…

Ou então ver alguém usando um respirador com filtro químico que não corresponde à natureza dos produtos a que está exposto!

Antes de mais nada, é muito importante que você leia o artigo em que esclarecemos bem as diferenças entre gases, vapores, poeiras, neblinas, névoas, fumos

Isso é fundamental! Com esses conceitos bem firmes, e entendendo as características dos filtros (e respiradores, no caso das PFF), você poderá selecionar a proteção correta.

Se o trabalhador está exposto a poeiras, gases e vapores, um filtro “mecânico” não é suficiente. É necessário também um filtro químico.

E fica a dica: é muito importante ler o CA do EPI, e não apenas a embalagem… Há casos em que o CA diz que o respirador foi aprovado para proteção contra aerodispersóides, mas a embalagem diz que ele também protege contra vapores… Para fins de conformidade, é melhor confiar no CA. ?

Não realizar ensaios de vedação

Esse erro é tão comum que, na verdade, é quase a regra geral. É fundamental realizar os ensaios de vedação; de outro modo, não há garantia de que aquele respirador, ainda que selecionado corretamente, esteja adequado ao rosto do trabalhador.

Sobre isso, recomendo que você leia o artigo que escrevemos sobre os ensaios de vedação. Nele descrevemos os tipos, quando cada um deve ser utilizado e algumas dicas mais específicas. 😉

Tipos de ensaio de vedação.

Não controlar a qualidade do ar utilizado nos sistemas de adução

Quando se utilizam respiradores de adução de ar, popularmente chamados de “ar mandado”, o PPR-Fundacentro prevê que:

O ar/gás utilizado nos respiradores de adução de ar deve ser respirável e o sistema de suprimento deve ser capaz de supri-lo a todos os usuários, na quantidade e pressão requeridas durante o uso e no abandono da área.

A qualidade do ar/gás respirável deve ser verificada regularmente por pessoas competentes.

Existem também requisitos para o ar ser considerado respirável, que estão apresentados no Quadro 4 do Capítulo 11 do PPR-Fundacentro. Leia!

Ali consta também uma determinação muito importante e, também, muito esquecida: a de que os sistemas que utilizam compressores de ar, lubrificados ou não, devem possuir monitoramento contínuo de monóxido de carbono e alarme!

E agora?

Que tal fazer uma microauditoria de proteção respiratória onde você trabalha?

Revise os riscos, veja se os respiradores (e filtros) estão compatíveis com esses riscos, se os ensaios de vedação foram realizados…

Se você utilizar sistema de adução de ar, pare tudo e leia o Capítulo 11 do PPR-Fundacentro. O Anexo 13 da publicação traz ainda mais informações valiosas sobre a qualidade do ar para respiradores de adução de ar. Você precisa conhecer!

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Façamos todos um bom trabalho!

Cibele Flores

Engenheira Mecânica, Engenheira de Segurança do Trabalho, Mestre em Engenharia, Auditora Fiscal do Trabalho e professora em cursos de especialização.

3 Resultados

  1. Dyonatan Fortunato disse:

    Oi Cibele, uma coisa importante é a vida útil dos filtros, que duram muito menos que muitos imaginam. Postagem nota 10.

  2. Antonio Aurélio do Amaral disse:

    Parabéns, Cibele.
    O desafio de melhorar o nível técnico dos profissionais de segurança para que eles salvem vidas é imenso.
    Certa vez ouvi alguém dizer: “Se tiver um problema muito grave para resolver, procure ajuda de alguém muito ocupado. Se procura alguém que “tenha tempo”, este alguém tomará seu tempo e não ajudará na solução do problema.”
    Por outro lado, levamos problemas proporcionais ao “tamanho” da pessoa que esperamos poder ajudar na solução possível.
    O problema é “apenas” mundial… (!!!) Você deve estar, como eu, estupefata ao ver como se usa mal uma máscara caseira sem nenhuma instrução técnica oficial quanto aos requisitos. Com o esgotamento do isolamento social, a única arma é a máscara (todo mundo pensa que em seis meses já será vacinado…). Tenho escrito em “hashtags” (mas cansei da “surdez”) que as máscaras devem atender, nesta ordem, os requisitos: 1) Selagem (vedação); 2) Filtragem; 3) Autonomia; 4) Conforto; 5) Custo; 6) Estética. Mas o que vemos é apenas a metade e na ordem inversa: 1) Estética; 2) Custo; 3) Conforto. E só! Os governos não investem na única salvação atualmente possível e deixam por conta de emissoras de televisão que dão a palavra aos “deuses infectologistas e epidemiologistas” que são fraquíssimos numa matéria que não é deles. Que fazer?

    • Cibele Flores disse:

      Também temos lidado com esse problema e, infelizmente, também não vamos muita luz no fim do túnel…
      Resta continuar tentando e, por pior que soe, torcer para que isso passe logo.
      Muito obrigada pelo comentário, e por compartilhar essa angústia – acredite, você não está sozinho nesse sentimento. 🙂

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