Prevencionista tem que gostar de conversar!

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Felizmente, os seres humanos não são feitos em molde. Cada um tem suas características, e o autoconhecimento é parte importante do processo de escolha de uma profissão.

Um professor primário tem que gostar de crianças. Um médico não pode desmaiar ao ver sangue. Um contador tem que saber matemática. E um prevencionista, profissional de SST, tem que ser curioso e gostar de conversar.

Em minhas andanças por aí, vejo muitos engenheiros e técnicos de segurança que vivem enfiados na sala do SESMT, cercados por fichários e laudos. E alguns médicos também…

Não conhecem nada sobre o processo produtivo da empresa, nem sobre as rotinas dos trabalhadores. Estabelecem procedimentos de trabalho sem consultar os operadores, e sem saber se eles são viáveis.

Quando os acidentes acontecem, eles se surpreendem, e são os primeiros a acusar o trabalhador de cometer um “ato inseguro” e de não seguir os tais procedimentos…

E isso acontece por quê? Porque o prevencionista não conversa com os trabalhadores.

Gosto muito de fazer uma pergunta simples: “Qual é o seu trabalho?”. O trabalhador naturalmente vai descrever o que ele faz, e isso tem que despertar a nossa curiosidade. Conforme vamos aprofundando as perguntas, vamos entendendo melhor a rotina daquele trabalhador e, assim, identificando os riscos ocupacionais e as falhas nos procedimentos que foram estabelecidos.

Nem sempre os riscos são óbvios. Nem sempre conseguimos cobrir todas as situações que se apresentam na realidade apenas em uma Análise de Risco. Precisamos perguntar, observar, refletir… E fazer tudo isso novamente.

Não tenha vergonha de perguntar. Tenha vergonha de não se interessar em crescer como profissional. 😉

Claro que as formalidades têm sua importância, mas elas em geral refletem o que é executado na empresa. Se as ações em SST são pobres e desconectadas da realidade, não tem fichário colorido e papel vergê que resolva.

Para fazer um bom trabalho em SST, é obrigatório conversar com os destinatários de nossos esforços: os trabalhadores.

Façamos todos um bom trabalho!

Cibele Flores

Engenheira Mecânica, Engenheira de Segurança do Trabalho, Mestre em Engenharia, Auditora Fiscal do Trabalho e professora em cursos de especialização.

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